quarta-feira, 28 de abril de 2010

Ela continua

A última notícia que se teve dela, foi que perambulava pelas noites chuvosas. Por ruas distantes de seu bairro habitual, por bairros distantes dos lugares que outrora frequentava. Aqueles que a viram, disseram por aí que estava bem vestida, cabelos desgrenhados por causa da chuva e do vento, mas estava bonita. Dizem também que ela andava sem parar, sem cumprimentar os antigos conhecidos, sem olhar para trás. Quem não a conhecia a julgava como nômade, hippie, louca, suja. Julgavam só. Julgavam. Da família não se sabe, não se viu, pouco se especulou. Só sabemos que ela vaga. Curiosamente mantinha sorriso no rosto e esperança no olhar. Poderia assustar uns e outros talvez, pois na última noite chovia torrencialmente e o frio era cruel. Mas ela sorria. O que ninguém sabia é que um dia o amor a brindou com uma dança e disse: Encontre-me na eternidade. E caminhando, ela foi.

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