segunda-feira, 6 de junho de 2011

Páginas - I

"Não que eu fosse mal amada - eu era, eu fui e acredito sinceramente que sempre serei - mas simplesmente não dava pra continuar. Eu tomava todo o tipo de cuidado, havia seguido todas as regras, era moça direita, ora pois. E havia também descuidado de tudo, havia quebrado todos os códigos de conduta, virado puta, rasgado o verbo e a roupa. E nada surtiu efeito. Nenhuma tentativa havia resultado em nada diferente de frustração. Isso tudo era uma grande merda porque todos diziam que um dia eu iria encontrar alguém, ou que eu não estava procurando direito, ou que o segredo era não procurar, ou que eu tinha pressa. Eu realmente tinha pressa. Eu tinha pressa de ser feliz, porque sempre fui incapaz de obter meus momentos de felicidade plena sozinha. Eu precisava de um outro ser para realizar isso. Em comunhão. Mas isso não era pra mim. Aliás, não sei porque escrevo no passado. O quadro atual é este. O mesmo de ontem. Mas amanhã será diferente. Eu sei que não será. Mas eu me apego a essa esperança. Acho que é isso que me faz acordar todos os dias." - PC
"Tatuagem é a alma traduzida no corpo. É a bagagem que se precisou externar." PC

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Circular

"Quando dei por mim, estava escrevendo de novo. Mas para outra pessoa. Estava pensando de novo, sorrindo de novo. Mas para outro alguém. Eu sentia calor no frio, frio no calor, borboletas no estômago e todas as frescuras que se sente no início daquela palavra que eu tinha desaprendido a pronunciar e excluído do meu vocabulário. Sentia vontade, saudade. E acima de tudo, sentia medo." - PC